top of page
Foto do escritorGrêmio Estudantil COLUNI

Entrevista com integrante do NEAB Viçosa sobre cotas

Atualizado: 18 de out. de 2021

Escrito por: Beatriz Vidigal


Matheus Silva Freitas é graduado em Ciências Sociais pela UFV. Mestrando em Educação, Conhecimento e Inclusão Social na UFMG. É integrante do Grupo de Estudos em Educação, Gênero e Raça (EDUCAGERA-UFV), do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB Viçosa) e do Programa Ações Afirmativas (Afirmação na Pós-UFMG). Durante a graduação desenvolveu estágio curricular supervisionado no Coluni e contribuiu com atividades do Fórum Social do Grêmio e, mais recentemente, com formação junto ao Coletivo Coluni Antirracista. Segue abaixo a entrevista realizada pela Beatriz Vidigal, onde o Matheus conta um pouco sobre a política de cotas.



Beatriz Vidigal: Como foi a luta do movimento negro para conseguir atingir a política de cotas, no Brasil, de modo geral?


Matheus Freitas: Uma luta árdua e incansável assumida publicamente já em meados de 1940 mas que encontra melhores oportunidades políticas a partir da redemocratização do país e da reorganização dos movimentos sociais após a ditadura militar. Materializada e com uma visibilidade ampliada, a demanda por ações afirmativas atravessa os anos 1990 e chega no século XXI pressionando o Estado, as universidades e a sociedade brasileira. Uma luta que foi capaz de conectar diversos atores sociais e, por isso, nos mostrou a disputa de projetos políticos para o Brasil.




B. V.: Por que a política de cotas é uma política importante para reduzir as desigualdades raciais?


M. F.: Porque é uma política focalizada (diferente das universais), centralizada justamente nos sujeitos e grupos sociais discriminados e em situação de desigualdade racial. No entanto, é importante dizer que no sistema de cotas da Lei 12.711/12, escolhido pelo Coluni, as cotas são prioritariamente para estudantes de escola pública, com “subcotas” para estudantes autodeclarados negros (pretos e pardos) e indígenas, assim como de baixa renda e com deficiência.



B. V.: Qual o impacto esperado em decorrência da adesão das cotas no COLUNI terá para a região de Viçosa? E para a comunidade escolar do colégio?


M. F.: As cotas indicam a oportunidade para um grupo de estudantes, famílias e comunidades que vislumbram e sonham em estudar no COLUNI, mas tem sua demanda reprimida em razão das desigualdades sociais, raciais e escolares e da alta competitividade do exame de seleção. Acredito que as cotas vão propiciar para o COLUNI um corpo discente mais diverso e representativo da nossa sociedade. Nesse sentido, será a oportunidade de formação de uma comunidade escolar mais plural e democrática. Por fim, penso que as cotas vão mostrar a possibilidade (e a necessidade) de conjugar padrões de excelência escolar com democratização e diversidade.


15 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page