Escrito por: Artur Starling
O dezembro vermelho é uma campanha nacional, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que promove a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Nesse viés, mostra-se necessário destacar o estigma que essa parcela da população enfrenta nos âmbitos sociais, sofrendo julgamentos preconceituosos e sendo segregada. Isso é influenciado pela forma como a sociedade construiu a percepção geral sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana e as Infecções Sexualmente Transmissíveis, desde o fator histórico e permeando as questões estruturais.
Em 1981, os primeiros casos de AIDS foram identificados, apresentando um quadro recorrente de Pneumonia por Pneumocytis Carini, Sarcoma de Kaposi (um câncer raro) e comprometimento do sistema imune. Na Califórnia-LA, o CDC publica notícia sobre estes dois casos e associa-os à homossexualidade, sendo então denominada: GRID – Gay Related Infection Disease, logo chamada de Câncer Gay pela impressa.
Dessa forma, o posicionamento sustentado pela mídia provocou a perpetuação da homofobia, associando a contaminação pelo vírus à sexualidade. Nesse sentido, as formas de combate e prevenção ao contágio foram prejudicadas, já que pessoas heterossexuais ficaram tão cegas por esse preconceito enraizado que não consideravam a possibilidade de contrair o HIV.
Paralelamente, na atualidade, um levantamento realizado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, com base nos dados do Ministério da Saúde, revelou que heterossexuais adultos representam a maior parcela nas novas notificações de infecção pelo vírus HIV. Segundo o estudo, em 2012, 67,5% dos casos informados pela rede de saúde pertenciam ao grupo de heterossexuais.
Outrossim, urge a necessidade de darmos destaque a terapia antirretroviral, o uso regular dos ARV é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a AIDS. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais, como aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas. Desse modo, a qualidade de vida de pessoas que convivem com o HIV aumentou de forma significativa.
Por fim, é de suma importância evidenciar que a maior medida profilática é o uso de preservativos, sempre. As IST’s e o vírus HIV são majoritariamente transmitidas por sexo desprotegido, ou seja, a prevenção mais eficiente é o uso de camisinha durante as relações sexuais, sejam elas práticas orais, vaginais ou anais. Portanto, educação sexual é um tema de extrema relevância para o assunto desse mês e necessária para todos.
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