Escrito por: Amanda Santos
“Kit Gay” - foi o nome (negativamente) popularizado de uma cartilha chamada “Escola sem Homofobia”, que tratava de questões de gênero e sexualidade. Muitos condenaram e “demonizaram” o material, que nem mesmo chegou a circular, graças a pressões de partes conservadoras da sociedade, incluindo membros do Congresso Nacional. Esse e muitos outros exemplos mostram algo um tanto quanto gritante: o Brasil tem medo da Educação Sexual.
Essas duas palavras são, infelizmente, tabu. Aquelas-que-não-devem-ser-nomeadas. E isso se deve, principalmente, a um equívoco muito comum: achar que Educação Sexual é sobre “perverter” crianças e adolescentes e encorajá-los a terem relações sexuais. Muito pelo contrário, é uma ferramenta para que os jovens tenham conhecimento suficiente para navegar com segurança suas emoções, sentimentos, descobertas e seus próprios corpos. Além disso, o tópico é comprovadamente fundamental para evitar a gravidez na adolescência e casos de abuso infantil.
Em um período tão complexo e crucial para o desenvolvimento como a adolescência, ter o ambiente escolar ignorar questões como sexo, sexualidade e gênero é, no mínimo, preocupante. Vale notar também que, mesmo quando estes tópicos são tratados nas escolas, na grande maioria das vezes são focados em pessoas e relações cisgênero e heterossexual, contribuindo para uma maior marginalização da população LGBT.
A escola precisa ser um lugar de conversas, debates e aprendizado. E não de repressão e desinformação. O que nos leva a um questionamento importante: É da Educação Sexual que o Brasil tem medo? Ou é da Educação, ponto?
Assim sendo, preciso agora ouvir a opinião de vocês, queridos leitores - em particular os estudantes do COLUNI. Como você experienciou o ensino de Educação Sexual durante sua trajetória acadêmica, antes e durante sua estadia no colégio?
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